sábado, 7 de abril de 2007

Quem viu achou o quê?

Alguns depoimentos de espectadores


Nas exibições em mostras e festivais, no Brasil e no exterior,
recebí alguns depoimentos sobre Esses Moços e que reproduzo aqui
para dá um panorama da receptividade.


“Um trabalho bonito, limpo e poético ...
Saí do cinema feliz da vida. Da vida de nós e dos outros moços. Lembrei de meu pai que partiu... Essa moçada que envelhece carregando o peso da sabedoria. Da estética decadente e elegante. Em fim, tudo de bom. Música de excelência e imagens que levam uma Bahia recente. De agora mesmo...

Marcelo Sá – programador da Sala de Arte

Parabens pelo filme! Locações escolhidas a dedo, excelente montagem. Gostei do ritmo que você deu à história. A atuação das meninas, especialmente a mais nova, também é muito boa. O final é muito interessante... sensível e realista, gosto muito disso.

Paula – Produtora do longa “Estranhos”

“...Fiquei pensando nos filmes que tinham me provocado este sentimento nos últimos tempos: “Esses Moços”, de Araripe, que nos sinalizou lá no Mr. Abrakadabra! qual era o seu barato, foi o primeiro. Vi o filme e me encheu o coração de lembranças, tocante, poético, e terno. É uma espécie de cinema que você só falta sentir o cheiro, remete a um lugar do seu inconsciente que anda meio adormecido, não tem tido muito espaço de manifestação, tampouco tem sido exercitado. Tem alma.”

Clélia Bessa – Produtora de Cartola – música para o olhar.


Tem a cara da Bahia, tem a interpretacão de verdade (e não aquela pasteurizada do cinema que se calca em caras e bocas), tem uma super preparacão de atores (o que são aquelas meninas!!!!) ... Aquilo sim é a problemática social brasileira de fato. Gostei muito.

Daniela Carneiro – continuísta de cinema e tv


“Tanto eu quanto Regina e meu filho Alberto ficamos encantados com o grau de humanismo que você conseguiu transmitir aos espectadores através de duas crianças de temperamentos tão antagônicos, vivendo como meninos de rua no subúrbio de Salvador...
...Esses Moços, para mim, é um dos filmes mais humano e mais atual que já assisti nos últimos tempos. De uma ousadia sem limite ao por na telona rostos desconhecidos, rosto que a mídia não conhece e por isso não dá espaço."

Rex Schindler – Produtor de Barravento


"... E que filme! Foi emocionante ver aquela
historia tão pungente, vista de forma tocante e ao
mesmo tempo com uma singeleza sem par. Não me
esqueci e nem vou me esquecer, pois ele realmente me
tocou."

Mariângela Chiari - Fotógrafa de Minas Gerais


“ O filme, primeiramente, é muito bem feito, tecnicamente falando. O roteiro bem escrito, a montagem bem trabalhada e, principalmente, uma belíssima fotografia. Um elenco muito bem escalado, no qual via-se um entrosamento entre eles. Não acompanhei a filmagem, claro, mas percebi isso. Queria destacar as personagens centrais (as duas atrizes mirins e o ator veterano, dos quais eu esqueço o nome agora). Ótimo trabalho! O filme é bastante poético em certos momentos, contrastando com algo mais concreto, real em outros ao mostrar a trajetória das meninas de rua e a realidade vivida por elas. Belíssimo trabalho!

Carlos Baumgarten - Estudante de Jornalismo


“Esses Moços” envolve pela proximidade. A reflexão deste filme apresenta pitorescamente um “avô”: Sr. Diomedes, um homem que é cego e não é cego; um homem que é surdo e não é surdo; um homem que é idiota e não é idiota; no enlace do encontro com duas crianças: meninas que tem mãe e não têm mãe; meninas que tem inocência e que não tem inocência; crianças que tem espontaneidade. Personagens da cidade que transitam no mundo da abstração. Se por um lado, o velho Diomedes se separa da cidade imediata em detrimento à preservação do seu mundo lúdico, por outro lado, as crianças criam o seu mundo. “... eu quero ser polícia para assim poder roubar e não ser presa...” “- eu sonhei com um homem me matando...” “...- esquece isso” “- Mas pode dormir de luz acesa?”. A repetição das personagens urbanas, neste filme de Araripe Jr., dá-se na dura poesia. Outras personagens encaixam-se nos arredores. Comida, música e casinha amarela de portões azuis. A representatividade do lugar, dos costumes, das crenças, da linguagem de um determinado povo é vista neste filme assim como os ritus de passagens são eternos. Um longa metragem que de fato envolve pela proximidade de referências.


Neidja de Carvalho - Estudante universitária

2 comentários:

Celso de Carvalho disse...

Arara,
Escrevo aqui o que lhe disse na saída do Cine Itaigara ao terminar de ver "Esses Moços" e ter o privilégio de te abraçar. Obrigado por ter feito este filme. Obrigado pelo bem que este filme me fez. Obrigado pela luz do sol da tarde no trem do subúrbio. Obrigado pela leveza da vida pousando pela luz na tela. Obrigado pelas imagens da minha cidade terem percorrido o caminho da mente ao papel, ao correio, às seleções oficiais, à leitura alheia, à leitura profissional, à admiração, ao dinheiro do orçamento, à materialização da equipe, à chegada dos equipamentos, aos ensaios, aos negativos dentro da câmera, ao som no microfone, enfim, às ilhas de edição, tanques de revelação, secagem, às latas! Por fim, porque ao abrirem salas de projeção e pessoas sentarem em cadeiras acolchoadas, o que está sendo caçado pelos olhos do seu público são imagens da vida de Salvador. E que belas imagens e que simpática história! Inesquecível.
Um abraço,
Celso de Carvalho

adelice souza disse...

Araripe, querido, ainda não vi o filme, mas já estou na torcida. O clip e a música são muito bons.
Viva!